Territórios Soneira, Bergantinhos, Faro e Nendos:



Seguimos o nosso percorrido polos territórios medievais galegos deixando atrás as terras dos antigos célticos, que miravam cara ao oeste, as Rias Baixas, e adentrando-nos no país dos ártabros, que segundo Mela se estendiam do Promontório Céltico até os ástures. Seguindo a Mela, estes ártabros pertenciam à mesma etnia que os célticos:


'Desde este promontório [Promontório Magno = Cabo da Roca] na parte que se retrai abre-se um imenso golfo, no que estám os Túrdulos velhos e as cidades dos Túrdulos; quase á metade do caminho desde o último promontório desauga o rio Munda [Mondego], no entanto no vértice flui o Durius [Douro]. Desde ali e por certa distáncia a costa é recta, depois um golfo se retrae um pouco para logo projectar-se algo e de seguido retroceder, e assi umha e outra vez [as Rias Baixas], até onde jaz a marge recta onde se estende o promontório que chamamos Céltico [Cabo Tourinhám ou Finisterre].'


'Toda está habitada polos Célticos, mais do Douro até o golfo moram os Gróvios, e por eles fluem o Avo [Ave], Celado [Cávado], Nebis [Néiva], Minio [Minho] e o que leva por alcume Oblivion, o Limia [Límia]. No próprio saente do golfo está a cidade Lambriaca [Lambris*, pola Lançada?], no entanto as rias recebem as augas de Laeron [Lérez] e Ullam [Ulha]. A parte que sobressai é habitada polos Praesamarcos [Praestamarcos, Barbança], e por eles decorrem os rios Tamaris [Tambre] e Sars [Sar], nom longe do seu nascimento, o Tambre polo porto Ebora, o Sar junto à Torre de Augusto, monumento memorável. Depois moram Supertamaricos e Nérios no último treito. E até aqui chega o que pertence a costa que mira ao Ocidente.'


'Depois, todo o lado da terra se volve ao norte, do promontório Celtico ao Pyrenaeum [Pirenéus]. A costa é quase continua até onde os Cántabros, de nom ser onde hai pequenas entradas ou modestos promontórios.'


'Nela primeiro estám os Ártabros, ainda da naçom Céltica, seguidos polos Ástures ['In ea primum Artabri sunt etiamnum Celticae gentis, deinde Astyres']. Onde os Ártabros, um golfo de entrada estreita mais de extenso contorno contem a cidade Adrobrica [Adrobris*, por Ferrol], cingida polas desembocaduras de quatro rios: dous de nome desconhecido incluso polos vizinhos, por outras descargam o Ducanaris e o Libyca. No litoral nos Ástures está a cidade Noega, e três altares que chamam Sestianos estám numha pequena península, consagras no nome de Augusto para alumiar umhas terras que antes eram desconhecidas.'


(P. Mela, Chorographia III.6-9; traduçom própria)




A fonte máis antiga que fala desta gente é o papiro de Artemidoro, que na traduçom ao castelám que fornecem Kramer e Kramer (Topónimos e Hidrónimos de Portugal y Galicia... in Dieter Kremer (ed.), Onomástica Gallega, Santiago de Compostela, 2007. ISBN 978-84-9750-794-3: 102) di:


'y desde allí hasta la desembocadura del río Tagos [rio Tejo] 320; desde ello hasta el río Dorios [rio Douro] 1300; después sigue a una distancia de 180 estadios el río Oblevion que se llama también Lethes y Limia [rio Límia]. Después de ello hasta el Benis o Minios [rio Minho] 110; desde ello hasta el cabo de los Ártabros [Fisterra? Tourinhám? Roncudo?] menos de x; desde ello hasta el Gran Puerto [Μεγας Λιμην: Ria da Crunha?] aproximadamente 98.'


Tamém Estrabom fala dos ártabros (na traduçom de Garcia y Bellido ao castelám):


'El tercer lado es el occidental, que se extiende en sentido paralelo al Pyréne [Pirenéus], desde el Cabo Hierón [Cabo São Vicente] hasta el cabo de la parte de los ártabroi, al cual se le llama Nérion [Cabo Tourinhám ou cabo Vilám].'
(Estrabom, III, 1, 3)
'Entre los ártabroi, que habitan en lo más lejano del Septentrión y del Ocaso de Lysitanía, el suelo, dice, florece de plata, estaño y oro blanco, es decir, oro mezclado con plata, añadiendo que esta tierra es arrastrada por los ríos, y que las mujeres, después de haberla removido con rastrillo, la lavan sobre unos cajones con filtros tejidos.'
(Estrabon, III., 2, 9)
Outro geógrafo como Ptolomeu fala dos ártabros, aos que situa num território reduzido, que compreendia o promontório Nério, o Porto Ártabro, e máis um par de cidades, Claudiomerum e Novium, nom chegando polo leste à cidade da Crunha, sita no Gran Porto dos Galegos Lucenses (tomado de Lacus Curtius):


'os callaici lucensi:
Promontório
Orvium 5º 30' 44º
Foz do Rio
Via 5º 40' 44º 20' [rio Ulha?]
Foz do Rio
Tamara 5º 40' 44º 40' [rio Tambre]

os
artabri:
Portus Artabri 5º 20' 45º [ria de Camarinhas?]
Promontório Nerium 5º 15' 45º 10' [Cabo Fisterra, ou Tourinhám, ou Vilám].

A parte norte, por cima da que está o océano chamado Cantabrius, é descrita de seguido: trás o promontório Nerium hai outro promontório no que som os altares de Sesti.

Promontório 5º 40' 45º 30' [Cabo Tourinhám? Cabo Vilám? Punta Roncudo?]
Foz do
Virus 6º 15 45º 30'
segue um
promontório 6º 30' 45º 30'

No Grande Porto dos Callaici Lucensi
Flavius Brigantius 6º 45' 45º
(…)

Os artabri moram no promontório Nerium, e as suas cidades som
Claudiomerum 5º 45' 45º 10'
Novium 6º 10' 44º 45'

Mais já no tempo de Estrabom esta gente ia sendo conhecida máis bem polo nome de arrotrebas:
'Los últimos son los ártabroi, que habitan cerca del cabo que llaman Nérion [Cabo Tourinhám ou cabo Vilám], que es límite tanto del lado occidental como del septentrional. En sus cercanías se hallan también los keltikoí, parientes de los que viven sobre el Anas [rio Guadiana]. Se dice que estos emprendieron con los tourduloí una campaña, y dicen que pasado el río Limaía [rio Límia] se sublevaron; y como en la reyerta adviniese la muerte de su jefe; permanecieron allí dispersos, lo que hizo que a este río se le llamase también Léthes ("olvido"). Los ártabroi tienen sus ciudades aglomeradas en la bahía, a la que los marineros que por allí navegan llaman "Puerto de los Ártabroi" [ria de Camarinhas?]. Hoy a los ártabroi algunos los llaman también arotrebai. En la región sita entre el Tágos [rio Tejo] y el país de los ártabroi habitan unas treinta tribus.'
(Estrabom, III, 3, 5)


No tempo de Plínio, a definitiva desapariçom dos ártabros, ou melhor, a desapariçom desta designaçom, leva a este geógrafo ao engano de os considerar um erro antigo, umha confusom causada pola semelhante sonoridade do étnico dos arrotrebas, tal vez um grupo menor dos próprios ártabros:


'A regiom dos Astures, a cidade fortificada de Noega na península dos Páesicos, e desde ali o convento lucense, ao rio Návia os Albions, Cabarcos, Egivarros chamados Namarinos, Adovos, Arronos, Arrotrebas, o promontório Céltico, os rios Florio, Nelo, Célticos chamados Nérios e Supertamaricos, em cuja península estam os três altares sestianos adicados a Augusto, Coporos, a cidade fortificada de Noeta, Celticos chamados Praestamarcos, Cilenos, e pola costa as illas que se chamam Cortegada e Ons.'


(Naturalis Historiae, IV, 111)


'e aquí a gente ártabra, manifesto erro, pois nunca existiu. Som de feito os arrotrebas, que situamos antes onde o promontório Céltico, confusom causada por permutaçom das letras [et ibi gentem Artabrum, quae numquam fuit, manifesto errore. Arrotrebas enim, quod ante Celticum diximus promunturium, hoc in loco posuere litteris permutatis]"
(Naturalis Historiae, IV, 114)




A etimologia dos etnónimos desta gente, tanto de ártabros como de arrotrebas, é tratada por Blanca Prósper num recente artículo [EN LOS MÁRGENES DE LA LINGÜÍSTICA CELTA: LOS ETNÓNIMOS DEL NOROESTE DE LA PENÍNSULA IBÉRICA Y UNA LEY FONÉTICA DEL HISPANO-CELTA OCCIDENTAL, in Palaeohispanica 8 (2008), pp. 35-54.]. Em resumo, o nome dos ártabros seria um composto céltico dos elementos *arto- 'osso' e *abhro- 'forte', dando um significado similar a 'Os que som fortes como ossos'; por outra banda o nome dos arrotrebas derivaria dum céltico *aryo-treba-, composto de *aryo- 'destacado, anterioro' ou 'nobre', e *treba- 'morada', cujo significado seria algo como 'os que possuem umha morada destacada'.


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Já na época sueva tanto os ártabros como os arrotrebas tinham desaparecido, e o seu território fica recolhido em várias igrejas ou paróquias dependentes da Sé de Íria:


'Morracio, Saliense, Contenos, Celenos, Metacios, Mercia, Pestemarcos, Coporos, Celticos, Brecanticos, Prutencos, Plucios, Besaucos, Trafrancos, Lapatiencos et Arros.' (CODOLGA: Braga 569)














De Fror na Area





Estes territórios que devérom de pertencer aos ártabros e arrotrebas eram os situados entre célticos e arronos, é dizer: Brecantinos, Prutencos, Plucios, Besaucos, Trasancos e Lapatiencos, da Costa da Morte até Ortigueira. Por outra banda, estes territórios sofrem fracturas e incluso desaparecem na alta idade média: de Bergantinhos esgalham-se, penso, a Terra Soneira e a Seáia; Plutencos esvaece-se, suspeito que dividido em Terra de Faro máis Nendos; nom obstante, Plucios, Besaucos, Trasancos e Lapatiencos mantém-se.


Neste artigo tratarei das terras de Bergantinhos e Plutencos, deixando outras para posteriores posts. Por outra banda, e posto que Plutencos é umha designaçom que nom volta a ser achada na documentaçom medieval, este é o lugar para tratar da sua etimologia, que pode derivar, como Plutios, do indo-europeu *pluto- (IEW: 838) 'paliçada', ou de *pleu- 'fluir' (IEW: 835-837); a preservaçom do p no grupo *plu- é frecuente na toponímia céltica hispánica: Complutus 'confluência', CUSUE MEPLUCEECO 'Ao deus Cossus o da grande corrente' (em inscriçom perto do Minho, HEp-08, 00380). E nom podo evitar mencionar o gaélico escocês plucas 'flujo'.


O território desta gentes foi cedido durante alguns séculos aos bispos de Tui, refugiados na Galiza desde a chegada dos árabes, como os bispos de Lamego ou Coimbra. Em documento do ano 916, conservado em cópia recolhida no Tombo A da catedral de Santiago:


'necnon Nemitos, Faro, Brecantinos et Somnaria , quam obtinuit episcopus Tudensis' (TA 915)











A.- TERRA SONEIRA ˂ SOMNARIA(?), SEMINARIA(?)


A terra Soneira, antiga Somnaria, Seminaria ou Subnaria, era algo máis ampla que a actual comarca, compreendendo os concelhos de Vimianço, Sás e Cabana de Bergantinhos; nom sei se tamém Camarinhas e Lage pertenciam a esta terra, que semelha artelhada polo val do rio Grande ou Baio, limitando ao sul com Céltigos, ao oeste com Nemacos e ao leste com Seáia e Bergantinhos. Com respeito à sua etimologia, parece ser um topónimo formado mediante o sufixo latino -ariam; um documento datado em 830 interpreta o topónimo como Seminaria 'sementeira':




-Casota dos Mouros, Vimianço-


'in Seminaria. scm. Saturninum in Uimianço [Sam Vicenço de Vimianço]. (CODOLGA: Santiago 830)


'et in comisso de Sonaria ecclesiam Sancti Iuliani, que est fundata in uilla Onexa, siue et uillam Gernio [Gerne, Alho, Sás] , quam nobis donauit Gadinus' (TA 899)


'necnon Nemitos, Faro, Brecantinos et Somnaria, quam obtinuit episcopus Tudensis;' (TA 915)


'iam idem uir meus manet sepultus, que est in territorio Subnaria, prope litore maris, nominata Burnario [Sam Joám de Borneiro, Cabana], cognomento Uillanoua. (CODOLGA: Moraime 1095)


Uermuiz. et Untraneas integra. et Gusendi integro et Condines [Sam Paio de Cundins, Cabana] in Sunaria (CODOLGA: Santiago 1105)


'Cesulles et infantaticum de Neanio [Neanho, Cessulhas, Cabana] quod est in terra de Sonaria, et unam seruicialiam in Alliones [Sam Fins de Anlhons, Ponte Cesso] cum omnibus directuzis et pertinentiis' (CODOLGA: Sobrado 1189)


Relinquo supradicto monasterio suam hereditatem de Sonaria liberam et quietam et sine calumpnia cum alia mea hereditate quam ibi ganaui et iacet ista hereditas in filigresia Sancti Michaelis de Trees [Sam Miguel de Treos, Vimianço] (TTO, 1223)


Já em documentos em galego:


en Parada [Parada, Sam Mamede de Carnota, Carnota] o que y a ho moestyero, et en Carnota et huun quasal na freegygia de Sant’Ougea de Maraçicos [St. Ugia do Ézaro, Dumbria], et a renda de Santa Çeçya de Soneyra [St. Sia de Roma, Sás] a qual este LX soldos (TTO s.XIII)


Item mando a mina sobrina Moor Fernandes quanta outra herdade iglisario et laycario eu ey enna friigisia de Sam Pedro de Nantom [Sam Pedro de Nantom, Cabana] que he en terra de Soneyra. (TTO 1334)








B.- TERRA DE SEÁIA ˂ SALAGIA ˂ *SALAWIĀ


A Terra de Seáia (Salagia) constituía umha subdivisom do Território de Bergantinhos (' in territorio Bregantinus ualle Selagie', lemos num documento santiaguês de 1105) cujas terras se estendiam entre o rio Anlhons e mais o Oceano, polos concelhos de Ponte-Cesso e Malpica, ficando bem definidas numha referência documental do século IX:


'ad aquam de Iunkeras, insuper addimus tibi illas ecclesias de Salagia per aquam de Discessu [rio Anlhons, cf. Ponte-Cesso] usque ad montem qui vocatur Nemi [monte Neme]' (CODOLGA: Mondonhedo 864)




-Junqueira do rio Anlhons, Ponte-Cesso-


Note-se o antigo nome do rio Anlhons: Aquam de Discessu 'rio da Separaçom'; del deriva o actual Ponte-Cesso, provavelmente co passo intermédio *Ponte Descesso ˃ Ponte (de) Cesso ˃ Ponte-Cesso, como em Ponte Don Afonso ˃ Ponte (do) Nafonso ˃ Ponte-Nafonso. É singular o significado da verba DISCESSUM, literalmente separaçom. Pode ser porque o curso do rio separava Bergantinhos de Seáia, na Costa? Ou tinha um contido religioso? É interessante tamém a própria etimologia (pré-latina e céltica) do topónimo Seáia, escrito na Idade Média Salagia, o que representa penso *Salaya, que deve derivar de *Salawyā, de *sal- 'salgado' (IEW: 878-879), ou do composto *Salabyā, composto de *sal- 'salgado' e *ab- 'auga' (IEW: 1): 'Auga Salgada = A Costa', quase cognato dum topónimos conhecido na Ilíria, SALAPIA, de idêntica formaçom, e presumivelmente de idêntico significado. A evoluçom final, *Salagia ˃ Selagia ˃ Seáia, passa pola possível dissimilaçom vocálica *sala- ˃ *sela- (que nom é trivial!) e máis pola perda do l intervocálico, esperável.




Seáia nom é um topónimo único, e coido que ainda se mantém num lugar de Malpica e numha freguesia de Coristanco:




  • Seáia / Seaia (183 hab.- Malpica, Crunha)









  • Sam Mamede de Seávia / Seavia (975 hab.- Coristanco, Crunha) ˂ ' in Bregantinos scm. Uincentium ad Artiles. scm. Romanum in Uillanio. scm. Martinum in Oçça. scm. Mametem in Seauia' (CODOLGA: Santiago 830)






Polas fontes medievais sabemos que foi incluso mais frequente:


Carrais, Anderici [Andris, Mavegondo, Mavegondo], Crementi [Mal de Crimente, Val de Gestoso, Monfero], Uaraiu [Varaio, Provaos, Cesuras], Ueis [Beis, Cis, Oça dos Rios], Bauio [Santa Marta de Babio, Bergongo], Pontelia [Santa Maria de Pontelhas, Betanços], Bouoredo, Auianis, Citaria, Fragoso, Mera [Mera, Serantes, Oleiros], Badaina, Selaia, Sacrazu, Oliuaria, uillare Cipriani, Manoaldi, Adileuui [A Eive, Monfero, Monfero], Piniarios, Saxes, Mere, Callo, item Callo, Godenandi, Alderandi, Genestesa, Uigilanti, Blandonia et Salto (Sobrado 989)


de Borgendo, de Nogaria, de Solandres [Sam Pedro de Soandres, Laracha], de Calaveria, de Seaia, de Rivomalo, de Morame [Sam Juliám de Moraime, Mogia], de Ozon, de Savardes [Savardes, Nóia, Nóia], de Portu Horii [Santa Maria de Portor, Negreira], de Nomino, de Cuitru, de Cologio, de Brivis, de Meens [Santiago de Mens, Malpica] (TB 1154)


Mais com respeito à própria terra de Seáia, pergunto-me se *Salavia foi na antiguidade umha designaçom para a faixa costeiras entre o cabo Fisterra (Cee é Seaia en documento de 1181, do Tombo B de Santiago: 'villas de Seaia, in Nemancis; et de Oca, in Bragantinis') e o monte Neme; desta realidade pode ser umha lembrança algumha mençom documental que situam o 'Porto de Mogia' en Salagia (e se é que o documento fai referencia a actual Mugia):


'karta donationis quam fecit rex domnus Fernandus de regalengo de Seaya pernominatum Portum de Mogia.' (Sobrado s.d.)


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Imos cum breve inventario de usos:


ad aquam de Iunkeras, insuper addimus tibi illas ecclesias de Salagia per aquam de Discessu [rio Anlhons, cf. Ponte-Cesso] usque ad montem qui vocatur Nemi [monte Neme] (CODOLGA: Mondonhedo 864)


cuius locum scitum est in territorio Bregantinus. ualle Selagie. locum predictum ubi dicunt Nemenio [Nemenho, Ponte-Cesso]. lateribus montibus Narica. discurrente arrogio a flumine Hee. (CODOLGA: Santiago 1105)




-A Serpe de Gundimil-


de quibus coram nobis questio acta fuerat, Bisancos, Trasancos (et) Salagia in communi tractatu constitit ad ius Compostellane ecclesie pertinere (CODOLGA: Santiago 1106)


Faro, Coporos, Celticos, Brecantinos, in Montanis duo archipresbiteratus, Dubria, Barcala, Selagia, Gentines et cetera usque ad occeanum, (TB 1110)


altercantes super quibusdam archipresbiteratibus, scilicet Salagia, Bisancos et Trasancos usque ad Lauacengos et Arros (…) Arias Sisnandizi, qui tunc temporis Vallibriensis ecclesie archidiaconus eram in Salagia, conf. (CODOLGA: Santiago 1122)


Parece que outro nome antigo de Malpica foi Riba-Mar; sobre a orige de Malpica deve ler-se este post de Jorge Basteira no seu magnífico blog Basteira:


mando monasterio Antealtarium in terra de Selagia ecclesia sci. Iuliani de Ripa Maris [Sam Juliám de Malpica?, Malpica] cum omnibus bonis suis (CODOLGA: Santiago 1169)

-Desde O Roncudo-


O seguinte situa claramente em Seáia as freguesias de Santiago de Carreira em Sás e de Cuns em Coristanco; é um caso único:


nuncupantur ipse hereditates ab antiquo tempore Auelliu Superiorem cum aiun{c}tionibus suis et mediam de ecclesia Sancti Iacobi de Carreira [Santiago de Carreira, Sás], cum omni sua directura, et ibidem scilitet, in Carreira duas seruiciayas populatas (…) et iacent ipsas hereditates in terra Selagie et habet Surdiis [Sordins, Cuns, Coristanco] suos terminos antiquos assignatos, scilicet, super Foueam Souti et inde per illam arcam que stat inter Surdiis et Cueres, sicuti tendit ad illam antam de ualle Longo (…) ad Mamuas do Confurco inter sanctum Iacobum de Carreira [Santiago de Carreira, Sás] et Surdiis [Sordins, Cuns, Coristanco]. (Sobrado 1176)


archidiaconatum de Trastamar contentum esse uolumus archipresbiteratibus de Seagia. et de Soneyra. et de Nimancis. et de Intinis. et de Celticis. et de Barchalla. et de dubria. cum possessione de Oqua (CODOLGA: Santiago 1177)




-Camelhe-


de Faro, cum pedagio navium et iure fisci; villas de Seaia, in Nemancis; et de Oca, in Bragantinis; de Leiloio [St. Maria de Leiloio, Malpica] in Seaia; de Avegondo, Piavella, Degio, Liuvre et de Ruis, in Nendis; (TB 1181)



Cospindo foi no passado Corispenido ˂ Curispineto (Sobrado 1175); hai vários topónimos na zona que guardam certa semelhança, incluindo tamém Coristanco e Cores ˂ Corisumario:


et in terra de Selagia ecclesiam de Ermerezo [por Cores, Ponte-Cesso] et ecclesiam de Corispenido [Cospindo, Malpica] cum cautis suis (CODOLGA: Sobrado 1189)


in Trastamar suam portionem; in Seaia suam portionem, (CODOLGA: Meira 1190)


et de Oca, in Bracantinis, de Leilolio [Leiloio, Malpica] in Seaia, de Avegondo, Piavella, Degio, Liuvre et de Rivis in Nendis, (TB 1225)


Froila Ouequiz ts., Iohannes de Selagia ts., Martinus qui notuit (Sobrado 1227)


et in tota terra de Salagia et in aliis locis (CODOLGA: Sobrado 1241)




-Torres de Mens-








C.- BERGANTINHOS ˂ BRIGANTINOS:


Bergantinhos era já na Idade Média um moi extenso território que incluso incorporava as terras de Seáia. Limitava ao oeste com Soneira, ao leste com Faro, e ao sul com Céltigos, Dubra e Montaos. O seu território vinha artelhado polo rio Anlhons (antigo Discessu e Esse).


A sua etimologia opino que é plenamente celta e nom derivaria, como poidesse pensar-se, dum adjectivo latino brigantino 'de Brigantium', senom da verba céltica *brigantīnos 'nobre, rei' (cf. galês brenin, córnico. brentyn, bryntyn, IEW: 140-141). Brigantium aparece sempre ligado a Faro, que é umha terra antes relacionada com Nendos que com Bergantinhos. É dizer, existe umha relaçom etimológica entre ambos nomes celtas, Bergantinhos e Brigantium, mais nom umha relaçom de descendência.


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-Espigueiro em Bergantinhos-


inter Montanos et Bregantinos, uilla Anbrona [Ambroa, Andóio, Tordóia]. in Bregantinos, uilla Tuntilani. (Sobrado sd)


in terra de Bregantinus, uillam Lalim et Sancti Stephani medium. (Sobrado sd)


Iriensem; Morracio. Salinense. Cortinos. Celenos. Metazios. Mercienses. Pestomarcos. Coporos. Celticos. Brecantinos. Prutentos. Pluzios. Bisaucos. Trasancos. Lapaciencos, & Arros. ad Tudensem: (CODOLGA: Santiago 569)


Sam Jurjo de Artes (Carvalho) era Ártiles. Tamém Artes em Ribeira era Artiis ('sub aula Sancte Eugenie et Sancti Iuliani de Artiis in villis scilicet de Dayam Minore et in villa que uocatur Villa Noua', TTO, 1246). Mais abaixo temos Tares ˂ Táranes... a perda de consoantes em vocábulos proparoxítonos leva a formas simples pouco suspeitosas de terem sido máis complexas no passado:


in Bregantinos scm. Uincentium ad Artiles [Sam Jorge de Artes, Carvalho] . scm. Romanum in Uillanio [Sam Romám de Vilanho, Laracha]. scm. Martinum in Occa [Sam Martinho de Oca, Coristanco]. scm. Mametem in Seauia [Sam Mamede de Seávia, Coristanco]. (CODOLGA: Santiago 830)


Coris era Corissumario. Parece dar-se a forma Coris- como formante de compostos: Corissumario, Corispinedo, Coristanco...


donaremus ecclesiis sanctorum martirum Dei sancti Tirsi et sancti Martini et sanctorum Iuliani et Baselisse, quorum basilicas sunt fundatas in uilla que dicitur Corissomario, qui est territorio Bragantinos. damus atque donamus ex medietate de pumare quod est hic in Corissumario [Sam Martinho de Cores, Ponte-Cesso] iuxta sanctum Martinum, et uillam quam obtinuit Felix que est inter Castrum et Nemenio [Sam Tomé de Nemenho] (Sobrado 860)


sancto Uincentio leuite et martiris Christi, sanctoque Iohanni apostolo dilecto Domini et evangeliste, quorum basilica sita est in loco Armeretio, territorio Bragantinos. (…) uobis dono atque concedo, siue et terras quas habeo in Seretio [Sereço, Cospindo, Ponte Cesso] (Sobrado 867)


Celticos et Carnota, quam obtinuit episcopus lamecensis; necnon Nemitos, Faro, Brecantinos et Somnaria, quam obtinuit episcopus Tudensis; (TA: 915)


alias villas prenominatas, id est: in Bregantinos uillam Uillanium [Vilanho, Laracha], Ualdani, Teudiscli [Tuíxe, Lemáio, Laracha], Inuolati [Amboade, Vilanho, Laracha] et aliam Proami [Proame, Lemáio, Laracha] (TA 924)


in Bragantinos, Soffani [Sofám, Carvalho], Taranes [Tares, Aldemunde, Carvalho] et medio Sancto Saturnino [Sam Sadurninho, Rus, Carvalho]; (...); in Bragantinos, uilla de Alio cum insula de Calion [Caiom, Laracha]; (Celanova 934)


in Bregantinos Queo [Queo, Bértoa, Carvalho]. (Celanova 942)


inter Montanos et Bragantinos uillam uocabulo Amberonam [Ambroa, Cabo Vilanho, Laracha] (Sobrado 955)


Soesto era Solesto, Ninhons era Nidones:


contramutamus villas nostras proprias quos habemus in valle que vocitant Bregantinos, territorio Galletie, villas prenominatas Coris [Sam Martinho de Cores, Ponte Cesso] cum domos, edificationis (…) Adicimus vobis et in Nidones [Sam Joám de Ninhons, Ponte-Cesso], in Corme [St. Adrám de Corme, Ponte-Cesso] et in Solesto [St. Estevo de Soesto, Lage] (Celanova 958)


inter Montanos et Bragantinos uillam uocabulo Amberona [Ambroa, Cabo Vilanho, Laracha]; in uilla Bracantinos, uilla Anezoure [Ançovre, Armentom, Arteijo] quas emimus de fratres de Destriana; ibi alteram uillam Guntilani [Gontiám, Sofám, Carvalho] quam nobis pariauit congermanus noster Gundesindus Suariz pro nostro mauro que nobis fidiauit pro DCC solidos et fugabit illo; (Sobrado 966)


inter Montanos et Bragantinos, uilla Amberona [Ambroa, Andóio, Tordóia] (…) in Bragantinos, uilla Guntilani [Gontiám, Sofám, Carvalho] et uilla Anazobre [Ançovre, Armentom, Arteijo] (Sobrado 971)


adquisivimus in villas nominibus Sisamo [Santiago de Sísamo, Carvalho] et Figariola [Figueiroa, Sísamo, Carvalho], territorio Bregantinos. (Celanova 975)


Parece que o antigo nome de Monte Marior, na Laracha, era Montis Macoris, que deveu dar *Monte Magor, com posterior reinterpretaçom do orónimo:


loco Subandres [Sam Pedro de Soandres, Laracha] sub crepidine Montis Macoris [Monte Maior], secus rivolo Esse [rio Anlhons], territorio Bregantinos, iusta ori maris foristisse. (…) Concedo tibi domine omnipotenti atque omnes sanctos tuos ecclesiam sci. iuliani de ferrarios in accesu Kaurio [Sam Juliám de Coiro, Laracha] una cum ipsas villas que mihi venerunt in sors, Kaurio, ordini, ferrarios, butulio, ordiales, iuliani et villa de penselamor, villa de frogia, villar, masegio maior, reverenti ominia intus concedo ad ipsum locum sci. salvatoris de subandres [Sam Pedro de Soandres, Laracha] pro remedio animarum nistrarum, sive villa paratemo, frigiacolos et ecclesia comacendonis, figuerola [Figueiroa, Sísamo, Carvalho], villar de erboleto [St. Maria de Ervoedo, Laracha], sca. columba cum sua voce, romariz, sci. Pelagii [Sam Paio, Ervoedo, Laracha] in viliomir [Vilhamir, Soandres, Laracha] (CDGH: Santiago 990)


A forma antiga de Neanho penso que era Nelavio ˃ *Nelaio ˃ *Neaio ˃ Neanho, como mea ˃ mia ˃ minha, testemunia ˃ testemuia ˃ testemunha; senom é erro por Nelanio, forma que conduziria directamente a Neanho:


in ualle Bragantinus, uilla Aroetani cum ecclesia et cum adiunctionibus suis, uilla Nagareda [Nogareda, Rus, Carvalho], uilla Nelauio [Neanho, Cessulhas, Cabana], uilla Uarizo [Sam Pedro de Varizo, Malpica]. in ora maris, uilla Sancte Christine. (Sobrado 1019)


in territorio Bregantinos villa nomine Verdones. omnes has villas, & familia, (CODOLGA: Lugo 1071)


de Cabral, et inde per ipsos banadoyros descendente per bao barragantino et per mamola de Vadozello et per ipsas arcas inter et per ipsas arcas inter Eclesiola et Sartevagos (CODOLGA: Moraime 1095)


reliquie ibi sunt recondite. cuius locum scitum est in territorio Bregantinus. ualle Selagie. locum predictum ubi dicunt Nemenio [Sam Tomé de Nemenho, Ponte Cesso]. lateribus montibus Narica. (CODOLGA: Santiago 1105)


Trasancos, Lavacengos, Arrones, Nemitos, Bisaucos, terra de Faro, Coporos, Celticos, Brecantinos, in Montanis duo archipresbiteratus, Dubria, Barcala, Selagia, Gentines et cetera (TB 1110)





Interessante passage que fala das vias medievais que por terras de Dubra se dirigiam a Bergantinhos ou a Santiago (corregido, aumentado e melhorado graças à Calidonia... ver abaixo os comentários):
ecclesiam sancti Cipriani de Colis [Sam Cibram da Vila de Abade, Tordóia] cum ipso loco de Colis [Eireje, Vila de Abade, Tordóia] et de Castro [Castro, Vila de Abade, Tordóia]. Et cum villis nominatis Villare [Vilar, Vila de Abade, Tordóia], Vistrarii [extinto], Pinu [Pinheiro, Vila de Abade, Tordóia] et Dauuoi [Avói, Vila de Abade, Tordóia]. (…) cauto uobis prefatam ecclesiam et hereditates. per illum cautum. super Auellaneda [Avelenda, Ervinhou, Val do Dubra]. et per uiam publicam de Bregantinis usque transuersam de Rouordelis [Revordelos, Arabejo, Val do Dubra]. et uadit ad ipsum Aucterium de Lama Grueira. et per ipsam ueredam que uenit de Sco. Jacobo [Santiago de Compostela] et ferit ferit in illam uiam antiquam. que uadit per totas terras et per Auctarium de Monte Coruario [Ninho Corveiro, entre Tordóia e Carvalho] et per Auctarium de Leborim [Monte de Alborim, Tordóia] et ferit in aquas que eixeunt a portas de Ambrona [Ambroa, Andóio, Tordóia] et inde per Portum Lutosum [Porto Lodoso, perto de Sares, Vila de Abade, Tordóia] et inde ad Portum de Ollariis et inde ad Riuulum de Dornias [Rio da Vila de Abade] et transit per Campellum de Maozio [referido a Monço, Traço, de *Monocio?] et uadit ad ueredam de Custodia [A Costoia, perto da Vimieira, Vila de Abade, Tordóia.] et inde ad Aucterium de Guysande [Guisande, perto de Lestido, Monço, Traço.] et concludit cum prescripto cauto sub Auellaneda unde prius incepimus. (CDGH: Santiago 1122)



ecclesiam sce. Marie de Ardena [St. Maria de Ardanha, Carvalho] que est in Bregantinis cum omnibus bonis et directuris suis (CDGH: Santiago 1169)


archipresbiteratu de Bregantinis, cum possessione de Piadela [Santo Estevo de Piadela, Betanços] (CODOLGA: Santiago 1177)


villas de Ceia in Nemancis, et de Oca [Sam Martinho de Oca, Coristanco] in Bragantinis (TB 1178)


in tota terra de Trastamar et de Duvria et in Bregantinos et in Canzes et in aliis locis ex parte domni (CODOLGA: Osseira 1237)


filigresia sancte Marie de Rues [St. Maria de Rus, Carvalho], que est in terra de Bregantinos (CODOLGA: Santiago 1316)








D .- TERRA DE FARO (BREGANCIO):


Estava conformado polas terras do actual concelho da Crunha, junto com boa parte das de Arteijo e Culheredo. O seu étimo é evidente, e nom podo evitar fazer notar aquelas palabras de Orosio, que dizia do Faro de Brigantium que era umha obra memorável, dedicada a guiar a navegaçom cara a Bretanha:


in comisso de Faro ecclesia sce. Marie in Conduzo [Conduço, Santa Maria de Rutis, Culheredo]. sca. Eulalia in Carolio. scm. Petrum in Letaonio [Sam Pedro de Ledonho, Culheredo]. scm. Tirsum in Oseyro [Sam Tirso de Oseeiro, Arteijo]. (CODOLGA: Santiago 830)


in Faro ex dato tie mee domne Gunterodis, Artasio [Santiago de Arteijo, Arteijo]. in Bregantinos Queo [Queo, Bértoa, Carvalho]. (Celanova 942)





-Ilhas Sisargas desde a Crunha-


ecclesiam uocabulo Sancte Eolalie qui est iuxta farum Precantium que mihi incartarunt Frorentius presbiter, et nuncupant eam Carolio, et ecclesiam sancte Marie que iam desuper est exarata (Sobrado 966)


in ualle de Faro Bregancio, uilla de Orria [Sam Salvador de Orro, Culheredo] et ecclesia sancte Eolalie iuxta Faro, et nuncupant eam Carolio, et alia ecclesia sancte Marine [Conduço, Santa Maria de Rutis, Culheredo]. (sobrado 971)


in terra de Faro, Sancta Eolalia de Cariolo et ecclesia sancta Maria [Conduço, Santa Maria de Rutis, Culheredo], et uilla de Orrio [Sam Salvador de Orro, Culheredo], et ecclesia de Ozia [Santa Maria de Oça, Crunha], uilla Basobre, uilla de Azobre. (Sobrado s.d.)


in terra de Faro Sancti Christofori [Sam Cristovo das Vinhas, Crunha] medium cum suis adiunctionibus, uillam Laureiru [Loureiro, Visma, Crunha], uillam Eluinam [Sam Vicenço de Elvinha, Crunha], uillam Aguelam [Agrela?, Vinhas, Crunha]. (Sobrado s.d.)



-O Faro-


in territorio Faro uilla de Carolio et de Orria. (Sobrado s.d.)


É moi interessante a mençom de Santa Eulalia de Carolio, iuxta farum Precantium, por quanto semelha sinalar directamente ao actual empraçamento da cidade da Crunha (nom obstante, lea-se esta intervençom de elpater em Celtiberia):






E.- NENDOS ˂ NÉMITOS:


O território Némitos era um moi extenso, compreendendo os vales dos rios Mero, Mendo e boa parte do Mandeo, é dizer, os concelhos de Culheredo, Cambre, Avegondo, Oleiros, Sada, Bergondo, Oça, Coirós, Cesuras, Paderne e Aranga. Limitava ao oeste com Faro, onde as terras de Culheredo som fronteiriças, atribuídas quer a um, quer ao outro; polo leste dava cos montes e com Parga, polo Sul com Montaos, Maquis e Préssaras. Ao norte, topava com Pruços, trespassado o rio Mandeo.
Com respeito à etimologia e história evolutiva do topónimo, o passo é Nendo ˂ Nemdos ˂ Nemidos ˂ Nemitos. Némitos procederia da verba celta *nemet- 'nobre, persoa com privilégios' (cf. antigo irlandês nemed idem., ou o étnico Nemetes, na Gália, IEW: 764); o feche da vogal átona /e/ em /i/ deve ter-se produzido na própria língua pré-latina local.


in Nemitos ecclesia s. Salvatoris de Illobre [Ilhovre, Pontelhas, Betanços] per suis terminos ab integro (CODOLGA: Lugo 747)


in Nemitos sca. Eulalia in castellum ad Asperunti [Esperante?, Sam Pedro de Quembre, Carral] . sca. Maria in Portimilio [Sam Pedro de Porçomilhos, Oça dos Rios]. ecclesia de Bandoia [Sam Martinho de Bandoja, Oça dos Rios]. ecclesia Montani ad Reuoreto [Santiago de Revoredo, Oça dos Rios]. scm. Stephanum in Piauela [Santo Estevo de Piadela, Betanços]. scm. Iacobum ad Berosindi . scm. Uincentium ad cella Gundemari [Sam Juliám de Cela, Cambre] in ripa de Mero. ecclesia in Madagio [Sam Juliám de Mandáio, Cesuras], ecclesia in Palleo [St. Estevo de Paleo, Carral]. sca. Eulalia in Auigondo [Santa Baia de Avegondo, Avegondo] cum sua uilla et scm. Tirsum in Auegondo [Sam Tirso de Mavegondo, Avegondo]. (...) noticia de ecclesiis que sunt in Nemitos de sede hyriense ex antiquo: id est., scm. Tirsum de Mauegondo [Sam Tirso de Mavegondo, Avegondo]; scm. Stephanum de Paleo [St. Estevo de Paleo, Carral]; scm. Vincentium de Cella [Sam Juliám de Cela?, Cambre]; sca. Maria de Porcimilio [Sam Pedro de Porçomilhos?, Oça dos Rios]; scm. Julianum de Mandagio [Sam Juliám de Mandáio, Cesuras]; sca. Eulalia de Sepelunca [Espenuca, Coirós, Coirós]; sca. Eulalia de Avegondo [Santa Baia de Avegondo, Avegondo]; scm. Martinum de Bandogia [Sam Martinho de Bandoja, Oça dos Rios]; sca. Maria de Revoreda [Santiago de Reboredo?, Oça dos Rios]; sca. Maria de Vilarino [St. Maria de Rodeiro, Oça dos Rios] quam fecit Romanus cum suis gasalianis, et duas subditas de Piauela [Santo Estevo de Piadela, Betanços] unam et aliam de Paleo [St. Estevo de Paleo, Carral]; scm. Petrum de Ladeaonio [Sam Pedro de Ledonho, Culheredo]; sca. Maria de Gonduze [Conduço, St. Maria de Rutis, Culheredo]. (CODOLGA: Santiago 830)


uendimus uobis supradictis ipsa omnia supranominata in uilla que dicitur Carrio [Cárrio, Bergondo, Bergondo] in territorio Nemitos (sobrado 842)


in Nemitos, Generozo [Janroço, Requiám, Betanços], Uiuenti [St. Estevo de Vivente, Oça dos Rios], Caliobre [Calhovre, Cuínha, Oça dos Rios], Uendabre, Pontelia [Santa Maria de Pontelhas, Betanços], Teoderici, Heletes cognomento Limenioni [Sam Salvador de Liminhom, Avegondo], Crendes [Sam Pedro de Crendes, Avegondo], uillare Porcimilio [Sam Pedro de Porçomilhos, Oça dos Rios]; (Sobrado 887)


in terra de Nendos ecclesiam sancti Saluatoris de Ilioure [Ilhovre, Pontelhas, Betanços] (CODOLGA: Lugo 897)


in territorio Nemitos, uilla de Attissi cum adiuntionibus suis, uilla de Uarzena [Bárcia, Sam Pedro de Porçomilhos, Oça dos Rios] cum adiuntionibus suis, villa de Calambre [Santa Maria de Cambre, Cambre] cum adiuntionibus suis. (Sobrado s.d.)


Aqui interessa ver como Ans de Tellado, en Paleo, Carral, era Ádones, com sufijo átono:


ego Godoigia uobis domnis inuictissimis ac triumphatoribus gloriosis sancte Marie uirginis et genitricis Domini nostri Ihesu Christi, sancto Iacobo apostolo domini, sancto Iohanni Babtiste et sancto Martino episcopo Christi, quorum basilica sita est in loco Adones [Ans de Telhado?, Paleo, Carral], territorio Nemitos. (Sobrado 910)


sancte Marie et sancti Benedicti et sancti Nicholai territorio Nemitos prope riuulum Merum subtus castro Nes (CODOLGA: Cines 911)


necnon Nemitos, Faro, Brecantinos et Somnaria, quam obtinuit episcopus Tudensis; (TA: 915)


uillis in territorio Gallecie, nominibus Cella [Sam Juliám de Cela, Cambre], Prauio [Sam Joám de Pravio, Cambre], et Paiaragio [Peiraio, Brives, Cambre] (…) et iacent ipse uille in ualle de Nemitos secus fluuium Mero [rio Mero] (TA 917)


unam quam uocitant Ocia [Sam Pedro de Oça, Oça dos Rios], que est in territorio Nemitos et fuit de successione patris nostri, diue memorie, domni Adefonsi (…) siue et alia quam dicunt Cella [Sam Juliám de Cela, Cambre], que est in territorio Nemitos iuxta flumen Mero (TA 920)


Oça dos Rios era Ocia:


alias duas uillas similes ei, una uocitata Ocia [Oça, Oça dos Rios], que est in territorio Nemitos (Sobrado 922)


territorio Nemitos villa ad Sanctum Martinum in [Sarra] (Celanova 926)


in Nemitos Mavegondo [Sam Tirso de Mavegondo, Avegondo] et pumares de Kancellata [Cancelada, Avegondo, Avegondo], et Porzimilio [Sam Pedro de Porçomilhos, Oça dos Rios]. (Celanova 934)


Aqui interessa ver como Viós era Vilóres ˃ *Viloes ˃ *Viloos ˃ *Viós:


uilla uocabulo Coua cognomento uillar Froilani [Freám, Sam Tomé de Vila Cova, Avegondo], territorio Nemitos, non procul a monte qui nuncupatur Scudris, iuxta riuulo Mero [rio Mero] (…) id est, uillas que uocitant Coua cum adiacentiis suis, Uilores [Sam Salvador de Viós, Avegondo], Colobre, Preseto [Santa Maria de Presedo, Avegondo], (Sobrado 935)


[a]b honorem sancti Saluatoris et sancte Marie et sancti Iuliani et sancte Basilisse, cuius basilica fundata esse dignoscitur in uilla que uocitant Prauio [Sam Joám de Pravio, Cambre], territorio Nemitos iuxta fluuium quem uocitant Mero. (Sobrado 939)


Nós era Nonce:


et est ipsa uilla uocitata Uillanoua in ualle Nemitos iuxta flumen Meror uilla Nonce [Vila Nova, Sam Pedro de Nós, Oleiros], ubi auus meus Randon habitauit (Sobrado 941)


in Nemitos eclesia sancti Saluatoris et uilla Zercebre [Sam Salvador de Cecevre, Cambre] (Celanova 942)


in territorio Nemitos, uilla Melangus [Santiago de Meangos, Avegondo] cum adiectionibus suis, et quas sub uno ganauimus; (…) in Nemitos in ripa Mero [rio Mero], secus littore maris, uilla Calamber [St. Maria de Cambre, Cambre] cum adiunctionibus suis (Sobrado 959)


uilla in Nemitos que dicunt Prauio [Sam Joám de Pravio, Cambre], que uos nobis dedistis (Sobrado 960)


Minuete é o antigo nome do rio Mendo:


uillis quarum unam dicunt Iliobre [Ilhovre, Pontelhas, Betanços], que uobis concedimus pro alia uestra uilla que nuncupant Littoriana, (...) adicimus etiam uobis aliam hereditatem quam habemus in uilla Porcunilio [Sam Pedro de Porçomilhos, Oça dos Rios] simul et Iaua de successione de ipsis dominis sepe dictis quantum in ipsas uillas suprataxatas uillas obtinuerunt, tam de propietate quam donatum uel comparatum uel etiam comparatum, omnia uobis damus et affirmamus. et sunt ipsas uillas in ualle Nemitos, riuulos discurrentes Mandeo [rio Mandeo] et Minuete [Rio Mendo] que sunt gurgites mixta alueo nominati. (Sobrado 964)


Óis era Adóis ˂ *Adoviis, de Adōwyos? (tal vez os adovios de Plinio: [iii.111]: 'a flumine Navia Albiones, Cibarci, Egi, Varri cognomine Namarini, Adovi, Arroni, Arrotrebae. promunturium Celticum, amnes Florius, Nelo. Celtici cognomine Neri et super Tamarci ').


in ualle Nendos, uilla de Uarzina [Várzea, Porçomjilhos, Oça dos Rios] media, sicut et uos illa alia media (…) in Nemitos, Uarcina media secundum et uos illa alia media, Adois [Santiago de Óis, Coirós] ab omni integritate secundum eam obtinemus, Barua[c]to [Sam Salvador de Barbeito, Vila Santar] medio, Calamber [St. Maria de Cambre, Cambre] integra secundum eam obtinemus; (Sobrado 966)


In ualle Nemitos, uilla de Adois [Santiago de Óis, Coirós] cum adiacentiis suis, uillar Spelunce [Espenuca, Coirós, Coirós], uilla Barbeito [Sam Salvador de Barbeito, Vila Santar], uilla Uarzena [Várzea, Porçomjilhos, Oça dos Rios] cum adiunctionibus suis, uilla Melangos [Santiago de Meangos, Avegondo] cum adiunctionibus suis, uilla Illobre [Ilhovre, Pontelhas, Betanços] cum pumaribus de Ponteliar [Pontelhas, Betanços], uilla Calambre [St. Maria de Cambre, Cambre] cum adiacentiis suis et cum sua creatione, uilla Zezebri [Sam Salvador de Cecevre, Cambre]. (Sobrado 971)


É intrigante o topónimo Caretuma, Caredugma, ao sopé da Espenuca, que nom dou localizado hoje:


et in valle Nemitus ecclesia sancti Vincentii, villa vocabulo Armenia [Sam Vicenço de Armea, Coirós], et sancto Iuliano [Sam Jiám de Serantes, Oleiros] ad mare et villa Ventuosa [Ventosa, Rodeiro, Oça dos Rios] et villa Maurelli [Sam Joám de Vila Mourel, Paderne] (...) sive et villa de Untia (…) et alias villas de Nemitus et de Montanos et de Prutios (…) et ecclesiam sancti Petri qui est latere Mandeo [rio Mandeo] cum sua villa de Caretuma (…) que est territorio Nemdos sub eo monte Spelunca [Espenuca, Coirós, Coirós], ripa fluvio Mandeo; et alia villa vocabulo Ripa cum integritate sua concedimus ad ipsam ecclesiam de Collantes [Sam Salvador de Colantres, Coirós] quantum in dote vel testamento resonat, id est, de aqua de Mandeo usque ad aqua de Menueti [rio Mendo] (Samos 978)


in Nemitos, Sancta Maria de Presedo [St. Maria de Presedo, Avegondo]; (…) in Nemitos, in commisso de Cinis, ecclesia de santa Maria de Colliargundo [St. Maria de Colhergondo, Avegondo] cum duas uillas, ecclesia de Ioanzo cum duas uillas, ecclesia de Presedo cum adiacentiis, uilla Melancos [Santiago de Meangos, Avegondo], et uilla que dicunt Martini [Martim, Rodeiro, Oça dos Rios], Quodaix cum suos pumares, casale de Anderiz [Andris, Cis, Oça dos Rios]; Varcena ad illa porta de Cinis [Cis, Oça dos Rios] et Paredes, villare de Spelunca [Espenuca, Coirós, Coirós], Karedugma cum ecclesia sancta Eolalia de Spelunca, uillare Riquilani [Santiago de Requiam, Betanços], uillare de domno Suario, Pontelias [Pontelhas, Betanços], ecclesia de Calambre [St. Maria de Cambre, Cambre] cum adiacentiis suis, uilla Odroci, uilla Prauio [Sam Joám de Pravio, Cambre], uilla Cicebre [Sam Salvador de Cecevre, Cambre], uilla de Noz [Sam Pedro de Nós, Oleiros], uilla de Oix [Santiago de Óis, Coirós] cum adiacenciis suis. (Sobrado s.d.)


in Nemitus medietatem de villa quam dicunt Majals, quam mihi concessit Menendus (...) hic in Nemitus ubi dicunt Ajois [Santiago de Óis, Coirós] in ripa rivuli Jorc villam quam mihi concessit Hermegildus & Clementina per scripturam firmitatis (CODOLGA: Curtis 995)


Salneas, Kalidas, Trollanes, Moranea, Motenigro, Flucicius, Bisauquis, Trasancos, Lauaznegos, Nemitos per omnes partes cum suis debitis (TA 1019)


Piadela era Piavela, diminutivo do próximo lugar de Piava; nom é esta cambio standard:


omnium sanctorum quorum reliquie recondite sunt in monasterio Piauela [Santo Estevo de Piadela, Betanços], territorio Nemitos, inter duo flumina Mandeo et Mero (…) Quomodo se leua ista arca de Piaua et inde per se uereda antiqua de Generozo [Janroço, Requiam, Betanços] (...) et inde ad illam aquam que discurrit inter Uiuenti [St. Estevo de Vivente, Oça dos Rios] et Liminioni [Sam Salvador de Liminhom, Avegondo] intrat in Mero et de Mero in prono usque ad illos saxeos qui stant in ripa Mero inter Sanctum Romanum [Sam Romám, Orto, Avegondo] et Sexurriam [Seixurra, Orto, Avegondo] et inde ad couas latroniles (TA 1020)


ecclesiam quam uocitant Sancta Maria de Preseto [St. Maria de Presedo, Avegondo], territorio Nemitos, discurrente riuulo Mero (Sobrado 1031)


id est in ualle Nemitos in prouincia Galletie, uillas uocatas Miron Ferrar, Uerines, Mantares [St. Maria de Mántaras, Irijoa], Bouada [Bóveda, Churio, Irijoa], Asperella [Esperela, Vigo, Paderne], Uigo [Sam Juliám de Vigo, Paderne], Castro, Cabanas [Cabanas, Veriz, Irijoa], Ualle, Pontelias [St. Maria de Pontelhas, Betanços], Ouania, Cellario; (…) item in Nemitos, Munduni, Limodre; (Sobrado 1037)


in uilla que uocitant Iohanzu, territorio Nemitos, secus fluuium Mero (Sobrado 1044)


uilla nostra propria quae scita est in urbe Galecie, territorio Nemitus, prope baselica sancte Leocadie [St. Locáia de Perilho, Oleiros], ripa flumine Mero, uocitata ipsa villa Perlio (CODOLGA: Júvia 1083)


sancti Martini, monasterio sancti Iuliani de Mondego [Sam Juliám de Mondego, Sada] in territorio de Nemitos (CODOLGA: Júvia 1086)


in territorio Nemdus, uilla que uocitant Soniero [Sam Juliám de Sonheiro, Sada] propre uillam Sancti Iuliani subtus alpeo Ceruario et leuasse illa per termino de Coirio [Coiro, Sonheiro, Sada] et inde per Condux [Condus, Oleiros, Oleiros] et inde per Castellum [Castelo, Oleiros, Oleiros] et inde per Canaliu et inde per Lubre [Sam Joám de Luvre, Bergondo] et inde unde primiter diximus (Sobrado 1086)


in Nendos, monasterium nominatum Collantes cum suis adiuntionibus sancti Iuliani de mare [Sam Jiám de Serantes, Oleiros] cum suis hereditatibus; Sanctam Mariam de Pontelias [Santa Maria de Pontelhas, Betanços], cum suis hereditatibus; villa vocabulo Ventosa [Ventosa, Rodeiro, Oça dos Rios] (...) alia villa vocabulo Ambuna (...) hic in Nendos: Sanctum Vincentium de Armena [Sam Vicente de Armea, Coirós] cum suis hereditatibus (Samos 1091)


super illa possessione que noscitur esse ecclesia Piabella [Santo Estevo de Piadela, Betanços] in territorio Nemitus (CODOLGA: Santiago 1101)


Iliense, Pistomarchus, Amahe et alii Montes, Plucios, Trasancos, Lavacengos, Arrones, Nemitos, Bisaucos, terra de Faro, Coporos, Celticos, Brecantinos, (TB 1110)


et in terra de Nendos do etiam uobis illum castellum de Leyro [Santa Baia de Leiro, Avegondo] cum suis hominibus (CODOLGA: Santiago 1112)


baselica fundata esse dignoscitur in uilla nominata Bandogia [Sam Martinho de Bandoja, Oça dos Rios], territorio Nemitus, inter duos fluuios, Menendi [rio Mendo] et Barosa, subtus monte Castro, ecclesia pernominata sancti Martini episcopi de Bandogia (Sobrado 1118)


damus atque concedimus eidem aecclesie et monasterio in terra Nemitos de aecclesia sancti Marie de Sada [Santa Maria de Sada, Sada] iiies partes (CODOLGA: Júvia 1125)


ad monasterium quod nuncupant Sancti Salvatoris de Cinis [Sam Nicolau de Cis, Oça dos Rios], territorio Nemitus (CODOLGA: Cines 1133)


ecclesie sancte Marie de Dominabus, que est in territorio Nemitos, prope Iamrozo [Janroço, Requiám, Betanços], iuxta riuulum Menete [rio Mendo] (CODOLGA: Betanços 1138)


haereditatem S. Pelagii de Genrrozo [Janroço, Requiám, Betanços] quae habet iacentiam in territorio Nemitos: in cuius haereditate nouiter aedificatur monasterium S. Mariae Dei genitricis (Sobrado 1138)


in terra de Nemitus meum quinionem de Perilio [Santa Locáia de Perilho, Oleiros]. (CODOLGA: Júvia 1140)


et in territorio de Nendos, Genrozo [Janroço, Requiám, Betanços] et Untia, et Petario [Peteiro, Róis, Bergondo], et Salinas, et Uentosa [Ventosa, Rodeiro, Oça dos Rios], et Mariniano [Marinhám, Bergondo, Bergondo] (Sobrado 1147)


medietate de ecclesia de Suario que iacet in terra de Nemdos, quam ego et uir meus Pelagius Erici olim dederamus Beato (Sobrado 1152)


et est ipsa hereditate prenominata Prata et iacet iuxta uilla de Parata [St. Estevo de Parada, Oça dos Rios] et habet iacentiam in terra Nemitus, secus duos fluuios Minuete [rio Mendo] et Ganzelas, sub duos montes Salguiras prope et Corugeiras [Corujeiras, Parada, Oça dos Rios] aulam Sancti Saluatoris (Sobrado 1155)


in uilla que dicunt Sunierio [Sam Juliám de Sonheiro, Sada] et in uilla de Condux [Condus, Oleiros, Oleiros] et in uilla Barrandanus (…) et sunt ipsas uillas in territorio Nemitus inter {duo} flumina Mero et Mandeu, Barradanus et Condux concurrentes ecclesiam Sancte Marie de Ollariis [St. Maria de Oeliros, Oleiros], et Suniero [Sam Juliám de Sonheiro, Sada] discurrente ecclesia Sancti Iuliani eadem uilla nominata (Sobrado 1156-1170)


in ualle Nemitus territorio Aranga discurrente riuulo Minueti [rio Mendp] concurrente ad ecclesiam sancti Vincentii de Enderniis [Sam Vicente de Fervenças, Aranga?] sub alpe Caurino loco predicto Carnis et Cabanas [Cabanas, Veriz, Irijoa] porcio adsignata de predictis. (CODOLGA: Sobrado 1160)


in toto termino Grangie Karnes territorio Nemitus subtus monte Gaurino. discurrente riuulo Minueti [rio Mendo] prope domum orationis Sancti Uincentij de Hendernijs [Sam Vicente de Fervenças, Aranga?] (CODOLGA: Sobrado 1162)


Coido que no que segue Sumoças nom é topónimo, senom ainda apelativo referido a umha comarca ao sopé dos montes, como é o caso:


Pinario, Pradu cum tota sua directura, et in submotiis de Nendos, meam portionem de uillares pernominatos Nandulfi, Derniis, Uilabidi, de Trasanquelos [Sam Salvador de Trasanquelos, Cesuras] superior et inferior, et ipsum monasterium cum adiunctionibus suis, intus et foris, et in Bandogia [Sam Martinho de Bandoja, Oça dos Rios] hereditate dus Aluores, et in Fraxenedo (Sobrado 1164)


Priorio cum tota uoce sua per ubicumque uadit et in Nemitus loco dicto Sada [St. Maria de Sada, Sada] de Cotesis, cum tota sua uoce (Sobrado 1165)


et in Sumociis de Nendos meam portionem integram de monasterio Transanquelos [Sam Salvador de Trasanquelos, Cesuras] superior et inferior (Sobrado 1165)


in territorio Nemitus uidelicet Sada [St. Maria de Sada, Sada] que uocitant de Coteses (Sobrado 1169)


et alia in terra Nemitus uidelicet Sada [St. Maria de Sada, Sada] illa scilicet que uocatur de Cotesis (Sobrado 1169)


ecclesias cum possessionibus quas habetis in Nendos et ultra Thamar: medietatem burgi de Faro [Santiago do Burgo, Culheredo] cum pedagio navium (TB 1174)


in terra de Nendos ecclesiam sancti Salvatoris de Collantes [Sam Salvador de Colantres, Coirós] , ecclesiam de Hermenia [Sam Vicenço de Armea, Coirós], ecclesiam sancti Iuliani de Mari [Sam Jiám de Serantes, Oleiros], mediam eccelsiam sancte Marie de Pontellos [Santa Maria de Pontelhas, Betanços] cum hereditatibus et pertinentiis earundem ecclesiarum; (Samos 1175)


de Abegondo [Santa Báia de Avegondo, Avegondo], de Piavela [Santo Estevo de Piadela, Betanços], Degio [Santa Maria de Dejo, Oleiros], Luvre [Sam Joam de Luvre, Bergondo] et de Ruis [Santa Marinha de Róis, Bergondo], in Nendis (TB 1178)


in uilla que uocatur Rippa, portionem nostram integram, et ipsa hereditas est in territorio Nemitus, subtus alpe Paranuos, inter duos riuulos scilicet Mandeu et Mudi concurrente ad ecclesiam sancti Martini de Brauiu [Sam Martinho de Bravio, Betanços] (Sobrado 1189)


in terra Nemitus concurrentia Sancte Marie de Uigo [Santa Maria de Vigo, Cambre], discurrente riuulo Marazes, sub monte Branderit in loco pernominato agro Couello, iuxta fonte Prouiceyra (Sobrado 1194)


Petro Vele quicquid habemus vel habere debemus in terra de Nendos et de Prucios, videlicet, ecclesiam sancti Iuliani de Mar [Sam Jiám de Serantes, Oleiros], ecclesiam sancti Vincentii de Armenia [Sam Vicenço de Armea, Coirós], ecclesiam sancti Salvatoris de Colantes [Sam Salvador de Colantres, Coirós] (Samos 1196)


Gundisaluo Iohannis tenente Transtamar et Pelagio Muniiz Nemitus et Prucius. Petrus Suarii regente Iacobitanam ecclesiam. (Sobrado 1200)


hoc hereditas est in summa de Nemitus, in concurrentia ecclesia beati Iacobi de Ouix [Santiago de Óis, Coirós] (Sobrado 1200)


in uilla que uocitatur Rippa in territorio Nemitus, secus flumen de Mandeu [rio Mandeo] concurrens ad ecclesiam sancti Martini de Brauiu [Sam Martinho de Bravio, Betanços] (Sobrado 1202)


de Avegondo [Santa Baia de Avegondo, Avegondo], Piavella [Santo Estevo de Piadela, Betanços], Degio [Santa Maria de Dejo, Oleiros], Liuvre [Sam Joám de Luvre, Bergondo] et de Rivis [Rios?, Carnoedo, Sada] in Nendis, (TB 1225)


Michael Petri nottarius in terra de pluciis de Nendis de somociis presens fuit notuit et confirmo (CODOLGA: Sobrado s. XIII)




F.- ARANGA ˂ *ARÁNICA:


No curso médio e alto do rio Mendo, nos concelhos de Aranga e Cúrtis, os montes definem as terras de Aranga, ligadas a Nendos, e assenhoreadas desde um notável castelo. No futuro hei tratar delas de novo, ao tratar dos territórios do interior da província da Crunha:


concedo sicut et uos mihi simul uestro et nostro castello Aranga cum omne sua prestantia (Sobrado 966)


hereditate nostra propria quam habemus de auolentia in alpe Iaurino, territorio Aranga, discurrente riuulo Mera, et habet iacentia in castro de castro de Iaurino, loco dictu ubi uocitant Quintana Donega [Quinta Dónega, Cúrtis, Cúrtis] (sobrado s. XII)


in ualle Nemitus territorio Aranga discurrente riuulo Minueti [rio Mendp] concurrente ad ecclesiam sancti Vincentii de Enderniis [Sam Vicente de Fervenças, Aranga?] sub alpe Caurino loco predicto Carnis et Cabanas [Cabanas, Veriz, Irijoa] porcio adsignata de predictis. (CODOLGA: Sobrado 1160)


in terra de Superaddo, territorio Aranga, discurrente inter duos fluuios Lupamortua et Mandeo [rio Mandeo], subtus alpe Montealto propre domus orationis sancte Marie de Teixeiro [Teixeiro, Cúrtis, Cúrtis], et sancti Gecegu de Guardane [Gorjá, Cúrtis, Cúrtis], loco uocitado Rego de Uillares et Pigneirinu (Sobrado 1162)


terminos Superaddi, territorio Aranga, discurrente fluuio Mandeo, et habet iacentia ipsa hereditas inter ponte que uocant Ambasmestas et turrem Arangam loco predicto ubi uocitant Heerosa (Sobrado 1164)


in territorio Aranga, discurrente riuulo Mandeo, prope aulam loco predicto ubi uocitant Samel [Samel, Fojado, Cúrtis] (Sobrado 1173)




Comentarios

  1. ecclesiam sancti Cipriani de Colis cum ipso loco de Colis et de Castro. Et cum villis nominatis Villare, Vistrarii [Grastrar, Rus, Carvalho], Pinu et Dauuoi. (...) per illum cautum. super *Auellaneda*. et per uiam publicam de Bregantinis usque transuersam de *Rouordelis* [Sam Salvador de Rebordelos, Carvalho]. et uadit ad ipsum Aucterium de Lama Grueira. et per ipsam ueredam que uenit de Sco. Jacobo. et ferit ferit in illam uiam antiquam; (CDGH: Santiago 1122)

    Hai un Rebordelos, un Vilar e un Pino no concello Val do Dubra, case en liña, e unha Abelenda moi perto, ao SE de Rebordelos, na estrada que sobe de Bembibre a Vila do Abade. Poderían localizarse aí os topónimos da pasaxe anterior?

    http://maps.google.es/maps?f=q&source=s_q&hl=gl&geocode=&q=pino,+tordoia&sll=43.10186,-8.665295&sspn=0.10992,0.203247&ie=UTF8&hq=&hnear=Pino,+Val+do+Dubra,+A+Coru%C3%B1a,+Galicia&ll=43.071772,-8.638258&spn=0.054987,0.101624&t=h&z=14

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  2. Só por divagar no que seguramente son só casualidades.

    Vila do Abade, xa en Tordoia, ten un Castro e a parroquia é San Cibrán. Daí en dirección a Cabaleiros existe o cruce de Aboi.

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  3. Pois eu non che vexo casualidade nengunha. :-) Moi bo! Estou a ver agora o documento na edición de López Ferreiro (CDGH: 230) e... o mestre santiagués presenta o documento como:

    'Año 1122 - Donación de D. Alfonso VII al Monasterio de San Martin del Pino, del coto de San Ciprián de Colis (Villadabad?)'

    Tamém, nunha parte adicional do documento tomada tamén de copia alí onde o orixinal non era lexíbel, e que presenta L. Ferreiro a pé de páxina, dise 'Et cum loco de amynali. Et de Carvalal.' Hai un lugar do Carballal a 1 km ao norte da Vila de Abade...

    Corrixo tamém Rebordelos, que non debe ser o de Carballo, mais o de Arabexo, Val do Dubra, moi perto.

    Graciñas polos teus apontamentos e aportacións! Vou correxir o post en función deles :-)

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  4. Obrigaod por expandir e completar esa pasaxe. A miña moza que é da zona vai gostar disto.

    Unha pregunta curiosa. Estás a traballar en http://ilg.usc.es/itgm/?

    Porque éntranme gañas de comezar a colocar topónimos antigos sobre o mapa, pero se xa o fan outros mellor non duplicar esforzos...

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  5. Xa me gustaría, he, he!
    O de colocar topónimos, éche cousa ben viciosa... E ten a satisfacción esa do 'Eureka!'.

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  6. Grazas por recopilar todos estes topónimos. A Caretuma, Caredugma que atopas intrigante penso que é Caresma (Coirós)

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  7. Grazas! Non reparara nese lugar :-)

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